Uma das especificidades da leitura que se pode denominar latino-americana sobre o território está ligada ao fato de que ela parte da esfera do vivido, das práticas ou, como enfatizava Milton Santos, do “uso” do território – mas um uso que se estende bem além do simples valor de uso, compreendendo também um expressivo valor simbólico.
HAESBAERT, Rogério. Do corpo-território ao território-corpo (da Terra):
contribuições decoloniais. GEOgraphia Niterói, Universidade
Federal Fluminense ISSN 15177793 (eletrônico) GEOgraphia,
v. 22, n. 48, 2020, com adaptações
A produção contemporânea da geografia latino-americana tem incorporado elementos do pensamento decolonial. Acerca desse assunto, julgue (C ou E) o item a seguir.
A colonização da América Latina tem como traço marcante a incorporação da população indígena como agente político do processo de ocupação do território.
A ruptura política com Portugal e a organização do Estado nacional implicariam a elaboração de um aparato ideológico que deveria dar legitimidade ao próprio processo de construção da Nação. Tratava-se agora de inventar o Brasil, não apenas no plano geopolítico, mas também no plano simbólico, forjando as bases de sua identidade. [...] À organização política do Estado nacional deveria corresponder uma produção simbólica que delineasse os contornos da Nação e a integrasse no mundo civilizado, segundo os parâmetros europeus.
SANTOS, Afonso Carlos Marques dos. A invenção do Brasil: um problema nacional? In: A invenção do Brasil: ensaios de história e cultura. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007, p. 59-69, p. 60.
Acerca das diferentes dimensões do processo de independência do Brasil, julgue (C ou E) o item a seguir.
A contratação de artistas e artífices na França, em 1816, para trabalharem no Brasil foi uma iniciativa oficial do príncipe regente João, que encarregou o embaixador do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em Paris, o marquês de Marialva, de definir os nomes a contratar e de providenciar o embarque do grupo.
As festas cívicas organizadas na cidade do Rio de Janeiro para a aclamação de Pedro como imperador constitucional do Brasil, em 12 de outubro de 1822, tiveram como objetivo afirmar o rompimento definitivo com Portugal e a instauração de uma nova soberania; ao mesmo tempo, visavam a fazer reconhecer a representação popular como uma das fontes do poder imperial.
Iniciativa que hoje seria considerada como de política cultural, a criação, por decreto de novembro de 1820, da Academia Imperial das Belas Artes – que somente seria efetivada em 1826, com a inauguração de prédio próprio – institucionalizou o ensino artístico no Brasil e favoreceu o reconhecimento social do artista. A atividade da Academia Imperial resultou, nas décadas seguintes, na formação de artistas cuja produção, no período do Segundo Reinado, contribuiu para a legitimação simbólica do Estado Imperial e para fortalecer o sentimento nacional entre os brasileiros.
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