A profissionalidade do Serviço Social, de acordo com autores que se direcionam pelo pensamento social crítico, não se pauta apenas pela legalização das ações e intervenções, pela padronização de métodos, técnicas e instrumentos, ou pela errônea defesa de arcabouços teóricos inflexíveis, que defendem a neutralidade, a classificação dos sujeitos, a moralização da questão social e a defesa “cega” por um “metodologismo”, sustentado pela necessidade emergente de quantificação de ocorrências, situações e fatos. Ao partir de tais bases teórico-metodológicas dialéticas, que descortinam a dinâmica do real, os/as assistentes sociais reconhecem a necessidade “de compreender uma determinada racionalidade, para a qual a ruptura entre meios e fins, instrumentos e resultados, valores e finalidades, é condição para a manutenção da reificação e da exploração típicas da sociedade burguesa” (GUERRA, Yolanda, 2007, p.20). Ancorados em tais reflexões, é possível afirmar que, quando um(a) profissional fundamenta sua intervenção crítica numa perspectiva mais ampliada, quando ele atende o/a usuário(a) dos serviços socioassistenciais não se preocupando apenas em rotulá-lo e classificá-lo com base nos limitados recursos ao seu alcance, ele desenvolve mediações que aprofundam a sua compreensão sobre a vida dos sujeitos e sobre a dinâmica da sociedade na qual estão inseridos. Nessa direção, a instrumentalidade do Serviço Social é demarcada como:
Racionalidade formal abstrata que, de forma hegemônica, fundamenta as dimensões teórico-metodológicas, ético-políticas e técnico-operativas da profissão, legitimando o trabalho profissional, a formação universitária e a execução de políticas públicas e serviços prestados à população.
Capacidade que articula a compreensão de teorias macroestruturais (para análise de fenômenos, processos e táticas sociais), os diversos níveis de constituição da realidade, e as mediações necessárias, com as dimensões instrumental, ético-política e intelectual da profissão.
Conjunto de instrumentos e técnicas que permitem classificar, manipular e administrar serviços e o cotidiano das classes pauperizadas.
Resultante do reconhecimento legal e social da profissão, decorrente de sua razão e natureza interventiva, que estimula a autonomia das metodologias de ação instrumental.
Capacidade operativa de conhecer métodos e técnicas de elaborar instrumentos que permitem conhecer determinada realidade e padronizar procedimentos, considerando as realidades congêneres que não demanda o conhecimento para além de suas dimensões aparentes.
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