INSTRUÇÃO: Leia o texto e responda às questões de 01 a 03.
Uma velhinha é uma velhinha
(Antônio Maria. Benditas sejam as moças: as crônicas de Antônio Maria. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002.)
O texto constrói a coesão com base em diversos elementos linguísticos. Sobre esses elementos, assinale a afirmativa correta.
No trecho Mas nunca me consenti acreditar que houvessem sido mocinhas (linhas 13 e 14), o conector destacado reforça a dubiedade do autor frente às histórias narradas por uma das velhinhas.
A relação semântica estabelecida pelo conector destacado em Voltam à humildade de antes, quando o sol se cobre e a praça esfria outra vez, mandando-as para casa (linha 11) é de consequência.
O conector sublinhado em Ou, se acredito, não entendo (linha 3) destaca a alternância entre a incredulidade e a incompreensão do narrador frente à realidade de mulheres velhas.
O conector destacado no trecho Depois, casou com outro (linha 18) contribui diretamente para a relação de causa e consequência em narrativas.
Sobre as relações morfossintáticas do texto, assinale a afirmativa correta.
A sufixação em velhinha e golinha destaca o uso carinhoso expresso pelo diminutivo no texto.
Os pronomes possessivos da linha 4 e 5 referem-se ao antecedente velhinhas.
A expressão farda, na linha 13, é um sinônimo, no texto, para o uniforme utilizado pelas velhinhas em seus afazeres domésticos.
O verbo beliscar, na linha 16, pode ser substituído, sem prejuízo de sentido ao texto, por causar pequena dor local.
INSTRUÇÃO: Leia o texto e responda às questões de 04 a 08.
A lógica norueguesa
De todas as viagens que fiz, nenhum povo me surpreendeu mais do que o norueguês. Estive por lá num início da primavera e fiquei intrigado com um trator que arava a terra no acostamento da rodovia onde eu trafegava. Logo descobri: o governo da Noruega paga aos fazendeiros para fazer jardins ao lado das rodovias. Certamente viajar rodeado por flores agradaria muito mais a qualquer turista. (...)
Dinheiro não é problema. A Noruega é um dos 10 maiores exportadores de petróleo do mundo. O governo tem reservas para sustentar o país por 100 anos se não entrar mais um centavo nos cofres públicos e ocupa a 6ª posição entre os menos corruptos (a Dinamarca é o primeiro e o Brasil… bem, deixa isso pra lá). Nem por isso há distribuição de grana, o governo aperta o cidadão, cobra altos impostos, e assim mantém as pessoas sempre desafiadas para ganhar a vida.
Quem manda é um rei, talvez a única monarquia que foi eleita no mundo. Em 1905, a Noruega não quis mais fazer parte da Suécia e em um plebiscito decidiu pela separação com 99,95% dos votos (só 184 eleitores votaram contra). Decidiram também pela monarquia, mas faltava um rei. Convidaram então Carlos da Dinamarca, que só aceitou a missão depois que um plebiscito aprovou seu nome por esmagadora maioria. O atual monarca é Haroldo V da Noruega.
Talvez você se lembre de que um dos quadros da série O Grito foi roubado e os ladrões deixaram até um bilhete (“obrigado pela falta de segurança”). Mas não foi por acaso: os responsáveis pela segurança se preocuparam que alguém pudesse se ferir em um assalto e isso seria mais intolerável que qualquer roubo. “Todo mundo sabe que esse quadro é nosso, ninguém vai comprar”, disseram os noruegueses. Tiro e queda, o quadro voltou.
É claro que um povo assim não se contentaria apenas em separar o lixo com rigor. Isso é para principiantes.
Lá eles usam o lixo não reciclável para queimar e produzir energia elétrica. Imagina fazer um lixão num país tão lindo! Só que sempre surge um novo problema: falta lixo. Agora a Noruega se tornou importadora de lixo para produzir energia elétrica.
Gostei tanto que quis trazer para casa um aquavit, a bebida típica, com seus 40% de teor de álcool. No supermercado só achei cerveja e tive de perguntar. Não, não, destilados só em lojas controladas pelo governo (o vinmonopolet) que só vende para maiores de idade e jamais para pessoas embriagadas. Achei uma loja de licor e criei coragem de sacar meu cartão de crédito para pagar uma pequena fortuna pela garrafa. A vendedora, até então uma simpática idosa, me olhou horrorizada enquanto dizia: “como assim, você quer pagar bebida alcoólica com cartão de crédito?”. Tem toda lógica, convenhamos.
ARAÚJO, R. Disponível em: https://www.revistaviajemais.com.br/a-logica-norueguesa/#more-1248. Acesso em: 08/07/21.
Este texto representa um gênero textual cuja característica é:
Mobilizar a opinião pública para tomar alguma iniciativa política.
Agregar diferentes correntes ideológicas sobre um tema.
Relatar vivências e experiências do narrador.
Inventariar itens em sequência para instrução.
Infere-se da leitura deste texto que
a Noruega não tem diferentes classes sociais e excelente distribuição de renda.
o Brasil e a Noruega apresentam bons índices quando se trata de mensurar a corrupção no país.
a Noruega é um excelente país para se viver considerando a economia e as questões sociais.
o uso de cartão de crédito não é bem-visto no país.
A respeito da linguagem utilizada no texto, analise as afirmativas.
I- O texto abusa dos usos próprios da linguagem oral, como bem, deixa isso pra lá.
II- Os termos surpreendeu, intrigado e agradaria são exemplos de recursos persuasivos utilizados pelo autor.
III- O aumentativo em Imagina fazer um lixão num país tão lindo! refere-se ao tamanho dos sacos de lixo utilizados no país.
IV- Em consonância com o gênero textual, predominam as formas verbais no pretérito.
Está correto o que se afirma em
I, II, III e IV.
I e II, apenas.
III e IV, apenas.
II e IV, apenas.
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