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#696513
•
prova:
57693
•
questão 1
simulado
•
prova
•
edital
Português
•
Interpretação de Textos
|
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
2016
•
COMPERVE
•
UFRN
•
Tecnólogo em Gestão Publica
Exibir texto associado
Como enfrentar o fundamentalismo
Leonardo Boff
Atualmente, em todo o mundo, se verifica um aumento crescente do conservadorismo e de fenômenos fundamentalistas que se expressam pela homofobia, pela xenofobia, pelo antifeminismo, pelo racismo e por toda sorte de discriminações.
O fundamentalista está convencido de que a sua verdade é a única e de que todos os demais ou são desviantes ou fora da verdade. Isso é recorrente nos programas televisivos das várias igrejas pentecostais, incluindo setores da Igreja Católica. Mas também é recorrente no pensamento único de setores políticos. Pensam que só uma verdade tem direito, a deles. O erro deve ser combatido. Eis a origem dos conflitos religiosos e políticos. O fascismo começa com esse modo fechado de ver as coisas.
Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Além de muitas outras formas, creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do
relativismo
, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade.
Ele deve ser pensado em duas direções. Em primeiro lugar, o relativo quer expressar o fato de que todos estão, de alguma forma, relacionados. Na esteira da física quântica, insiste a encíclica do Papa Francisco “sobre como cuidar da Casa Comum”: “tudo está intimamente relacionado; todas as criaturas existem na dependência uma das outras” (n.137;86). Por essa inter-relação, todos são portadores da mesma humanidade. Somos uma espécie entre tantas, uma família.
Em segundo lugar, importa compreender que cada um é diferente e possui um valor em si mesmo. Mas está sempre em relação com os outros e com seus modos de ser. Daí ser importante relativizar todos os modos de ser. Nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais. Impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença porque, pelo simples fato de se “estar aí”, goza-se de direito de existir e de coexistir.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos
ianomâmis
do Brasil, até chegarmos aos moradores das comunidades da periferia e aos moradores de sofisticados Alphavilles, onde moram as elites opulentas e amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Vivemos na fase da geossociedade, sociedade mundial, una, múltipla e diferente.
Todas essas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, inter-relacionados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o
“everything goes
” de alguns pós-modernos? Traduzindo: “vale tudo”? Não há o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença e não os prejudicando.
Cada um é portador de verdade, mas ninguém pode ter o monopólio dela, nem uma religião, nem uma filosofia, nem um partido político, nem uma ciência. Todos, de alguma forma, participam da verdade. Mas podem crescer para uma compreensão mais plena da verdade, na medida em que se relacionam.
Bem dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua, guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na recíproca relacionalidade, então mais e mais desaparece a
minha
verdade para dar lugar à
nossa
Verdade, comungada por todos.
A ilusão do Ocidente, dos Estados Unidos da América e da Europa é de imaginarem que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens distorcidas.
Pensando assim, condenam-se a um fundamentalismo visceral que os fez, outrora, organizar massacres, ao impor a sua religião na América Latina e na África e, hoje, promover guerras com grande mortandade de civis, para impor a democracia no Iraque, no Afeganistão, na Síria e em todo o Norte da África. Aqui se dá também o fundamentalismo, de tipo ocidental.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados, por exemplo, na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas e nas várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa, a chinesa, a mexicana e outras.
Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa (por exemplo, a mineira ou a francesa) e as outras não. Todas são gostosas a seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária.
Por que com a verdade deveria ser diferente? A base do fundamentalismo é essa arrogância de que seu modo de ser, sua ideia, sua religião ou sua forma de governo é a melhor e a única válida no mundo.
Disponível em:
. Acesso em:https://www.brasildefato.com.br/ 20 set. 2016. [Adaptado].
O propósito comunicativo dominante no texto centra-se na crítica,
A
sem concessão, às formas variadas assumidas pelo pensamento fundamentalista e, prioritariamente, na defesa de determinada perspectiva relativista como instrumento para as combater.
B
sem concessão, às formas variadas assumidas pelo pensamento fundamentalista e, prioritariamente, na defesa de toda e qualquer perspectiva relativista como instrumento para as combater.
C
com concessão, às formas variadas assumidas pelo pensamento fundamentalista e, prioritariamente, na defesa de toda e qualquer perspectiva relativista como instrumento para as combater.
D
com concessão, às formas variadas assumidas pelo pensamento fundamentalista e, prioritariamente, na defesa de determinada perspectiva relativista como instrumento para as combater.
necessário selecionar uma resposta
muito bom! resposta correta!
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questão 2
simulado
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Português
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Interpretação de Textos
|
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
2016
•
COMPERVE
•
UFRN
•
Tecnólogo em Gestão Publica
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Como enfrentar o fundamentalismo
Leonardo Boff
Atualmente, em todo o mundo, se verifica um aumento crescente do conservadorismo e de fenômenos fundamentalistas que se expressam pela homofobia, pela xenofobia, pelo antifeminismo, pelo racismo e por toda sorte de discriminações.
O fundamentalista está convencido de que a sua verdade é a única e de que todos os demais ou são desviantes ou fora da verdade. Isso é recorrente nos programas televisivos das várias igrejas pentecostais, incluindo setores da Igreja Católica. Mas também é recorrente no pensamento único de setores políticos. Pensam que só uma verdade tem direito, a deles. O erro deve ser combatido. Eis a origem dos conflitos religiosos e políticos. O fascismo começa com esse modo fechado de ver as coisas.
Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Além de muitas outras formas, creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do
relativismo
, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade.
Ele deve ser pensado em duas direções. Em primeiro lugar, o relativo quer expressar o fato de que todos estão, de alguma forma, relacionados. Na esteira da física quântica, insiste a encíclica do Papa Francisco “sobre como cuidar da Casa Comum”: “tudo está intimamente relacionado; todas as criaturas existem na dependência uma das outras” (n.137;86). Por essa inter-relação, todos são portadores da mesma humanidade. Somos uma espécie entre tantas, uma família.
Em segundo lugar, importa compreender que cada um é diferente e possui um valor em si mesmo. Mas está sempre em relação com os outros e com seus modos de ser. Daí ser importante relativizar todos os modos de ser. Nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais. Impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença porque, pelo simples fato de se “estar aí”, goza-se de direito de existir e de coexistir.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos
ianomâmis
do Brasil, até chegarmos aos moradores das comunidades da periferia e aos moradores de sofisticados Alphavilles, onde moram as elites opulentas e amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Vivemos na fase da geossociedade, sociedade mundial, una, múltipla e diferente.
Todas essas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, inter-relacionados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o
“everything goes
” de alguns pós-modernos? Traduzindo: “vale tudo”? Não há o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença e não os prejudicando.
Cada um é portador de verdade, mas ninguém pode ter o monopólio dela, nem uma religião, nem uma filosofia, nem um partido político, nem uma ciência. Todos, de alguma forma, participam da verdade. Mas podem crescer para uma compreensão mais plena da verdade, na medida em que se relacionam.
Bem dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua, guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na recíproca relacionalidade, então mais e mais desaparece a
minha
verdade para dar lugar à
nossa
Verdade, comungada por todos.
A ilusão do Ocidente, dos Estados Unidos da América e da Europa é de imaginarem que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens distorcidas.
Pensando assim, condenam-se a um fundamentalismo visceral que os fez, outrora, organizar massacres, ao impor a sua religião na América Latina e na África e, hoje, promover guerras com grande mortandade de civis, para impor a democracia no Iraque, no Afeganistão, na Síria e em todo o Norte da África. Aqui se dá também o fundamentalismo, de tipo ocidental.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados, por exemplo, na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas e nas várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa, a chinesa, a mexicana e outras.
Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa (por exemplo, a mineira ou a francesa) e as outras não. Todas são gostosas a seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária.
Por que com a verdade deveria ser diferente? A base do fundamentalismo é essa arrogância de que seu modo de ser, sua ideia, sua religião ou sua forma de governo é a melhor e a única válida no mundo.
Disponível em:
. Acesso em:https://www.brasildefato.com.br/ 20 set. 2016. [Adaptado].
A progressão do tema desenvolvido no texto assume a seguinte disposição:
A
nos dois parágrafos finais, conceitua-se, categoricamente, o relativismo; e, nos demais, discute-se como aplicá-lo no combate ao fundamentalismo.
B
nos seis primeiros parágrafos, contextualiza-se o fundamentalismo; e, nos demais, propõe-se modo de o enfrentar.
C
nos dois primeiros parágrafos, contextualiza-se o fundamentalismo; e, nos demais, propõe-se modo de o enfrentar.
D
nos quatro parágrafos finais, conceitua-se, categoricamente, o relativismo; e, nos demais, discute-se como aplicá-lo no combate ao fundamentalismo.
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questão 3
simulado
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Português
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Interpretação de Textos
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Tipologia Textual e Tipos de Discurso (direto, Indireto, Indireto Livre)
2016
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Como enfrentar o fundamentalismo
Leonardo Boff
Atualmente, em todo o mundo, se verifica um aumento crescente do conservadorismo e de fenômenos fundamentalistas que se expressam pela homofobia, pela xenofobia, pelo antifeminismo, pelo racismo e por toda sorte de discriminações.
O fundamentalista está convencido de que a sua verdade é a única e de que todos os demais ou são desviantes ou fora da verdade. Isso é recorrente nos programas televisivos das várias igrejas pentecostais, incluindo setores da Igreja Católica. Mas também é recorrente no pensamento único de setores políticos. Pensam que só uma verdade tem direito, a deles. O erro deve ser combatido. Eis a origem dos conflitos religiosos e políticos. O fascismo começa com esse modo fechado de ver as coisas.
Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Além de muitas outras formas, creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do
relativismo
, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade.
Ele deve ser pensado em duas direções. Em primeiro lugar, o relativo quer expressar o fato de que todos estão, de alguma forma, relacionados. Na esteira da física quântica, insiste a encíclica do Papa Francisco “sobre como cuidar da Casa Comum”: “tudo está intimamente relacionado; todas as criaturas existem na dependência uma das outras” (n.137;86). Por essa inter-relação, todos são portadores da mesma humanidade. Somos uma espécie entre tantas, uma família.
Em segundo lugar, importa compreender que cada um é diferente e possui um valor em si mesmo. Mas está sempre em relação com os outros e com seus modos de ser. Daí ser importante relativizar todos os modos de ser. Nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais. Impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença porque, pelo simples fato de se “estar aí”, goza-se de direito de existir e de coexistir.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos
ianomâmis
do Brasil, até chegarmos aos moradores das comunidades da periferia e aos moradores de sofisticados Alphavilles, onde moram as elites opulentas e amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Vivemos na fase da geossociedade, sociedade mundial, una, múltipla e diferente.
Todas essas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, inter-relacionados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o
“everything goes
” de alguns pós-modernos? Traduzindo: “vale tudo”? Não há o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença e não os prejudicando.
Cada um é portador de verdade, mas ninguém pode ter o monopólio dela, nem uma religião, nem uma filosofia, nem um partido político, nem uma ciência. Todos, de alguma forma, participam da verdade. Mas podem crescer para uma compreensão mais plena da verdade, na medida em que se relacionam.
Bem dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua, guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na recíproca relacionalidade, então mais e mais desaparece a
minha
verdade para dar lugar à
nossa
Verdade, comungada por todos.
A ilusão do Ocidente, dos Estados Unidos da América e da Europa é de imaginarem que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens distorcidas.
Pensando assim, condenam-se a um fundamentalismo visceral que os fez, outrora, organizar massacres, ao impor a sua religião na América Latina e na África e, hoje, promover guerras com grande mortandade de civis, para impor a democracia no Iraque, no Afeganistão, na Síria e em todo o Norte da África. Aqui se dá também o fundamentalismo, de tipo ocidental.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados, por exemplo, na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas e nas várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa, a chinesa, a mexicana e outras.
Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa (por exemplo, a mineira ou a francesa) e as outras não. Todas são gostosas a seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária.
Por que com a verdade deveria ser diferente? A base do fundamentalismo é essa arrogância de que seu modo de ser, sua ideia, sua religião ou sua forma de governo é a melhor e a única válida no mundo.
Disponível em:
. Acesso em:https://www.brasildefato.com.br/ 20 set. 2016. [Adaptado].
No texto, entrecruzam-se, dominantemente, as sequências
A
injuntiva e explicativa.
B
injuntiva e descritiva.
C
argumentativa e descritiva.
D
argumentativa e explicativa.
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questão 4
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Interpretação de Textos
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Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
2016
•
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Como enfrentar o fundamentalismo
Leonardo Boff
Atualmente, em todo o mundo, se verifica um aumento crescente do conservadorismo e de fenômenos fundamentalistas que se expressam pela homofobia, pela xenofobia, pelo antifeminismo, pelo racismo e por toda sorte de discriminações.
O fundamentalista está convencido de que a sua verdade é a única e de que todos os demais ou são desviantes ou fora da verdade. Isso é recorrente nos programas televisivos das várias igrejas pentecostais, incluindo setores da Igreja Católica. Mas também é recorrente no pensamento único de setores políticos. Pensam que só uma verdade tem direito, a deles. O erro deve ser combatido. Eis a origem dos conflitos religiosos e políticos. O fascismo começa com esse modo fechado de ver as coisas.
Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Além de muitas outras formas, creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do
relativismo
, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade.
Ele deve ser pensado em duas direções. Em primeiro lugar, o relativo quer expressar o fato de que todos estão, de alguma forma, relacionados. Na esteira da física quântica, insiste a encíclica do Papa Francisco “sobre como cuidar da Casa Comum”: “tudo está intimamente relacionado; todas as criaturas existem na dependência uma das outras” (n.137;86). Por essa inter-relação, todos são portadores da mesma humanidade. Somos uma espécie entre tantas, uma família.
Em segundo lugar, importa compreender que cada um é diferente e possui um valor em si mesmo. Mas está sempre em relação com os outros e com seus modos de ser. Daí ser importante relativizar todos os modos de ser. Nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais. Impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença porque, pelo simples fato de se “estar aí”, goza-se de direito de existir e de coexistir.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos
ianomâmis
do Brasil, até chegarmos aos moradores das comunidades da periferia e aos moradores de sofisticados Alphavilles, onde moram as elites opulentas e amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Vivemos na fase da geossociedade, sociedade mundial, una, múltipla e diferente.
Todas essas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, inter-relacionados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o
“everything goes
” de alguns pós-modernos? Traduzindo: “vale tudo”? Não há o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença e não os prejudicando.
Cada um é portador de verdade, mas ninguém pode ter o monopólio dela, nem uma religião, nem uma filosofia, nem um partido político, nem uma ciência. Todos, de alguma forma, participam da verdade. Mas podem crescer para uma compreensão mais plena da verdade, na medida em que se relacionam.
Bem dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua, guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na recíproca relacionalidade, então mais e mais desaparece a
minha
verdade para dar lugar à
nossa
Verdade, comungada por todos.
A ilusão do Ocidente, dos Estados Unidos da América e da Europa é de imaginarem que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens distorcidas.
Pensando assim, condenam-se a um fundamentalismo visceral que os fez, outrora, organizar massacres, ao impor a sua religião na América Latina e na África e, hoje, promover guerras com grande mortandade de civis, para impor a democracia no Iraque, no Afeganistão, na Síria e em todo o Norte da África. Aqui se dá também o fundamentalismo, de tipo ocidental.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados, por exemplo, na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas e nas várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa, a chinesa, a mexicana e outras.
Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa (por exemplo, a mineira ou a francesa) e as outras não. Todas são gostosas a seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária.
Por que com a verdade deveria ser diferente? A base do fundamentalismo é essa arrogância de que seu modo de ser, sua ideia, sua religião ou sua forma de governo é a melhor e a única válida no mundo.
Disponível em:
. Acesso em:https://www.brasildefato.com.br/ 20 set. 2016. [Adaptado].
O título do texto antecipa,
A
de maneira explícita, o tema enfocado, mas não remete, nem mesmo indiretamente, para o núcleo da discussão desenvolvida.
B
de maneira implícita, o tema enfocado e remete, diretamente, para o núcleo da discussão desenvolvida.
C
de maneira explícita, o tema enfocado e remete, diretamente, para o núcleo da discussão desenvolvida.
D
de maneira implícita, o tema enfocado, mas não remete, nem mesmo indiretamente, para o núcleo da discussão desenvolvida.
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Leonardo Boff
Atualmente, em todo o mundo, se verifica um aumento crescente do conservadorismo e de fenômenos fundamentalistas que se expressam pela homofobia, pela xenofobia, pelo antifeminismo, pelo racismo e por toda sorte de discriminações.
O fundamentalista está convencido de que a sua verdade é a única e de que todos os demais ou são desviantes ou fora da verdade. Isso é recorrente nos programas televisivos das várias igrejas pentecostais, incluindo setores da Igreja Católica. Mas também é recorrente no pensamento único de setores políticos. Pensam que só uma verdade tem direito, a deles. O erro deve ser combatido. Eis a origem dos conflitos religiosos e políticos. O fascismo começa com esse modo fechado de ver as coisas.
Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Além de muitas outras formas, creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do
relativismo
, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade.
Ele deve ser pensado em duas direções. Em primeiro lugar, o relativo quer expressar o fato de que todos estão, de alguma forma, relacionados. Na esteira da física quântica, insiste a encíclica do Papa Francisco “sobre como cuidar da Casa Comum”: “tudo está intimamente relacionado; todas as criaturas existem na dependência uma das outras” (n.137;86). Por essa inter-relação, todos são portadores da mesma humanidade. Somos uma espécie entre tantas, uma família.
Em segundo lugar, importa compreender que cada um é diferente e possui um valor em si mesmo. Mas está sempre em relação com os outros e com seus modos de ser. Daí ser importante relativizar todos os modos de ser. Nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais. Impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença porque, pelo simples fato de se “estar aí”, goza-se de direito de existir e de coexistir.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos
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do Brasil, até chegarmos aos moradores das comunidades da periferia e aos moradores de sofisticados Alphavilles, onde moram as elites opulentas e amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Vivemos na fase da geossociedade, sociedade mundial, una, múltipla e diferente.
Todas essas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, inter-relacionados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o
“everything goes
” de alguns pós-modernos? Traduzindo: “vale tudo”? Não há o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença e não os prejudicando.
Cada um é portador de verdade, mas ninguém pode ter o monopólio dela, nem uma religião, nem uma filosofia, nem um partido político, nem uma ciência. Todos, de alguma forma, participam da verdade. Mas podem crescer para uma compreensão mais plena da verdade, na medida em que se relacionam.
Bem dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua, guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na recíproca relacionalidade, então mais e mais desaparece a
minha
verdade para dar lugar à
nossa
Verdade, comungada por todos.
A ilusão do Ocidente, dos Estados Unidos da América e da Europa é de imaginarem que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens distorcidas.
Pensando assim, condenam-se a um fundamentalismo visceral que os fez, outrora, organizar massacres, ao impor a sua religião na América Latina e na África e, hoje, promover guerras com grande mortandade de civis, para impor a democracia no Iraque, no Afeganistão, na Síria e em todo o Norte da África. Aqui se dá também o fundamentalismo, de tipo ocidental.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados, por exemplo, na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas e nas várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa, a chinesa, a mexicana e outras.
Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa (por exemplo, a mineira ou a francesa) e as outras não. Todas são gostosas a seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária.
Por que com a verdade deveria ser diferente? A base do fundamentalismo é essa arrogância de que seu modo de ser, sua ideia, sua religião ou sua forma de governo é a melhor e a única válida no mundo.
Disponível em:
. Acesso em:https://www.brasildefato.com.br/ 20 set. 2016. [Adaptado].
No quarto e no décimo primeiro parágrafos, as citações do discurso alheio apresentam-se de modo
A
indireto e não se complementam quanto ao propósito para o qual foram utilizadas.
B
direto e não se complementam quanto ao propósito para o qual foram utilizadas.
C
indireto e complementam-se quanto ao propósito para o qual foram utilizadas.
D
direto e complementam-se quanto ao propósito para o qual foram utilizadas.
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