Motivo (Cecília Meireles)
Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
No vento.
Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
- Não sei, não sei! Não sei se fico
Ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- Mais nada.
Leia os itens e, de acordo com o texto, assinale a alternativa correta.
I - Segundo o eu lírico do poema, o que define um poeta é alguém que não é alegre nem triste, quem canta porque o instante existe e cuja vida está completa.
II - A palavra “instante”, no primeiro verso, não está relacionada apenas a tempo, mas a circunstâncias especiais que o poeta muitas vezes é capaz de captar e que registra em seus poemas.
III - “Eu canto porque o instante existe / E a minha vida está completa”. Nos versos acima, “porque” (verso 1) é uma conjunção coordenativa explicativa; “E” (verso 2) é conjunção coordenativa aditiva.
IV - A palavra “fugidias” (2ª estrofe, verso 1), associada à existência do instante, define o que é ser poeta para o eu lírico. Como é irmão das coisas fugidias, o eu lírico não sente gozo nem tormento, ou seja, como aceita o fato de tudo ser efêmero, o começar e o terminar das coisas não o abalam.
De acordo com o texto, leia os itens e assinale a alternativa correta.
I - O eu lírico afirma que seu amor não é estranho, não é marcado pela contradição, nem pelos opostos.
II - O eu lírico do poema afirma que o amor se alegra com o sofrimento do ser amado, como se isso desse ao sentimento um valor maior.
III - Segundo o poema, o amor deseja a resistência do coração. Ela proporciona a eterna aventura em que persiste o eu lírico. Ele prefere essa situação a ter uma vida mal-aventurada.
IV - O que é importante nesse maior amor, não é o “ser amado”, mas o próprio sentimento, o “estar apaixonado”. Por isso, a realização faria o amor acabar.
“Semente do futuro”. Essa construção, que lembra uma pelota felpuda, na realidade tem 20 metros de altura e é inteirinha coberta por varas de acrílico, que balançam ao sabor do vento. O curioso é que em cada uma delas estão guardadas algumas sementinhas e são mais de 60 mil, vindas de plantas variadas. O cubo faz parte do pavilhão do Reino Unido na Shangaí World Expo, a Feira Universal que acontece na China até outubro. A ideia do evento, que ocorre desde 1851, é que países de todo o planeta compartilhem seus aspectos culturais, tecnológicos e econômicos. A edição de 2010 tem o tema “Uma cidade melhor, uma vida melhor”, e a construção, apelidada de “Seed Cathedral” (Catedral da Semente) representa a importância da diversidade da Terra. Durante o dia, cada vara de mais de 7 metros atua como fibra óptica, levando luz ao seu interior. À noite as fibras se iluminam criando uma atmosfera de respeito e devoção aos recursos do planeta. No fim da feira, os visitantes poderão plantar as sementes ali guardadas e todo o material usado na construção do cubo será reciclado e reutilizado. (Vida Simples – 2010).
Função referencial ou denotativa.
“Quando o passado é um pesadelo”. Tomado pela costumeira pressa de repórter, eu tinha que fazer, a toque de caixa, imagens do museu para compor a minha matéria.
Quando chegamos ao primeiro corredor, o eixo da continuidade, tentei pedir algo a Bárbara, funcionária do museu que nos acompanhava. Não consegui falar. Tudo foi se desfazendo, todos os sentimentos e emoções, e também as racionalizações, reflexões ou desalentos mediados pelo intelecto. Tudo foi se desvanecendo dentro de mim e um grande vazio, um vácuo que sugava a si próprio, se formou qual redemoinho em meu peito, até explodir num jorro de pranto, num colapso incontrolável.
Não tive condições de prosseguir com o cinegrafista Fernando Calixto. Procurei um lugar onde esgotar as lágrimas e tentava me explicar, repetindo aos soluços: “Pela metade, não. Não vou conseguir fazer meia visita. Pela metade, não. Ou encaro todo o périplo ou vou embora”.
Não consegui nem uma coisa nem outra. Nem parei de chorar, nem me recompus; não me atrevi a percorrer todos os corredores, nem tampouco resisti a penetrar nos espaços desconcertantes do Museu Judaico de Berlim. (Pedro Bial).
Função emotiva ou expressiva.
São Paulo está embaixo de água. A culpa não é da chuva. É de quem coloca lixo fora do lugar. Pense nisso. Faça a coisa certa. Jogue o lixo no lixo. (Prefeitura de São Paulo).
Função conativa ou apelativa.
Pronome, palavra que representa um nome, um termo usado com a função de um nome, um adjetivo ou toda uma oração que a segue ou antecede. (Houaiss Dicionário).
Função poética.
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