As transformações sociais, econômicas e políticas, que ocorreram a partir do século 16 na chamada Europa moderna, expressaram-se na forma de crises nos diversos âmbitos da vida material, cultural e moral. O avanço do capitalismo como modo de produção dominante na Europa Ocidental foi desestruturando, com velocidade e profundidade variadas, tanto os fundamentos da vida material como as crenças e os princípios morais, religiosos, jurídicos e filosóficos em que se sustentava o antigo sistema. Marx, Durkheim e Weber, em suas respectivas abordagens teórico-metodológicas, debruçaram-se na tentativa de explicar o referido contexto.
QUINTANEIRO, T. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, com adaptações.
Considerando o texto apresentado a respeito das matrizes clássicas do pensamento social, econômico, filosófico e político, julgue o item a seguir.
Para Marx, as relações materiais que os homens estabelecem e o modo como produzem seus meios de vida formam a base de todas as suas relações.
Foi a presença muito significativa de protestantes de várias seitas entre os empresários e os trabalhadores qualificados, nos países capitalistas mais industrializados, que sugeriu a Durkheim a possibilidade da existência de algum tipo de afinidade particular entre certos valores presentes na época do surgimento do capitalismo moderno e aqueles disseminados pelo calvinismo.
Weber considera que, embora configurações burocráticas tenham existido no Egito e na China antigos, e seja também desse modo que se organize a Igreja Romana, é por excelência a forma do Estado moderno que assim expressa a racionalização da dominação política por parte dos grupos que o controlam, seja em uma sociedade capitalista ou em uma socialista.
Conforme Marx, a existência das classes sociais vincula-se a circunstâncias históricas específicas, quais sejam, aquelas em que a criação de um excedente possibilita a apropriação privada das condições de produção.
A ocorrência de uma crise econômica ou de mudanças súbitas nas crenças vigentes em uma sociedade, segundo Weber, podem impedi-la de cumprir sua função reguladora, disciplinar e, desse modo, a condição de anomia vir a tornar-se normal.
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